domingo, 18 de setembro de 2011

Entrevista - por Adélia Prado

Um homem do mundo me perguntou:
o que você pensa do sexo?
Uma das maravilhas da criação eu respondi.
Ele ficou atrapalhado, porque confunde as coisas
e esperava que eu dissesse maldição,
só porque antes lhe confiara:
o destino do homem é a santidade.
A mulher que me perguntou cheia de ódio:
você raspa lá? Perguntou sorrindo,
achando que assim melhor me assassinava.
Magníficos são o cálice e a vara que ele contém,
peludo ou não.
Santo, santo, santo é o amor que vem de Deus,
não porque uso luva ou navalha.
Que pode contra ele o excremento?
Mesmo a rosa, que pode a seu favor?
Se "cobre a multidão dos pecados e é benigno,
como a morte duro, como o inferno tenaz",
descansa em teu amor, que bem estás.


Adélia Prado

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A tarada num carro - por Ana C. Pozza

Eu não minto
Eu invento
E se tomo vinho tinto
Logo me esquento!
Quando sinto,
Eu tento.
Percorro o labirinto,
Busco o vento.
Arranco o teu cinto,
Deixo-te sedento
Aí vejo o teu pinto
E sento!



 Ana C. Pozza

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um microconto erótico - por Pepino Circense



- Garçom, por favor, mesa pra dois.
- Mas isso aqui não é um restaurante, é uma casa de swing.
- Ah, então mesa pra quatro.



Pepino Circense

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Nua - Por Isabel Machado

Porque me despes completamente
sem que eu nem perceba...
E quando nua
por incrível que pareça
sou mais pura...
Porque vou ao teu encontro
despojada de critérios...
liberto os mistérios
sem perder o encanto
do prazer...
Porque
quando nua
sou única
e exclusivamente
tua...



Isabel Machado

domingo, 11 de setembro de 2011

Boa dieta - por Friederich von Logau

Carlota dissera ao seu doutor
Que lhe agradava, de manhã, fazer amor,
Embora à noite a coisa fosse mais sadia.
Sendo ela prudente, resolveu
Fazê-lo duas vezes ao dia:
De manhã, por prazer
De noite, por dever.



Friederich von Logau

sábado, 10 de setembro de 2011

Amante das letras - Por Leila Mícollis


Não te importas com os homens que dormem comigo; 
mas morres de ciúme dos versos 
que faço pra eles. 


Leila Mícollis